Damos por nós iluminades pelas partículas de luz que, do escuro
desta nuvem de fumo, cristalizam a nossa memória. Estamos preses
ao bombardeamento da serra, nossa casa. A ferramenta pastoril virou arma, da imaginação gerou-se nervosismo e da fome antecipação.
Apesar dos corpos à minha volta serem muitos, a vida é cada vez mais
escassa. Contudo o vento ainda carrega as partículas de minério que,
espalhadas pelo ar, transportam a ideia do nosso reencontro.
O que resta depois da destruição? “REBENTO” acompanha a
metamorfose de dois corpos que partem de um estado de alienação
e lutam para encontrar espaço para a sua própria vontade e
finalmente ver o outro. Inspirado pela ameaça real de prospeção
mineira na Serra da Argemela, “REBENTO” combina técnicas de
iluminação, som, vídeo e corpo em movimento de forma a criar um
cenário futurista que inspira à reflexão sobre tecnologia, o papel de
uma ferramenta, e o destino das relações após um colapso sistémico.