Um objeto em duas partes. Um jogo. Um desafio. Uma experiência. X experiências numa só. Uma tentativa. Uma tentativa/erro. X tentativas/erro. O que é que o ser humano faz quando não está a ser observado? Qualquer personagem que apareça neste espetáculo espelha uma possível resposta a esta pergunta que surge como mote de investigação. Procuramos mostrar o que no dia-a-dia não queremos que se veja. Procuramos ser convosco o que só seríamos sozinhos. Não negamos, claro, a ironia de fazer um espetáculo sobre o que é estar seguro da solidão rodeado de espectadores atentos. Na verdade, brincamos com isso. Nunca vamos estar verdadeiramente sós, mas será que alguma vez o estamos? Tal como o nascimento e a morte, temos o começo e fim da história sabidos, intocáveis e garantidos, aparecendo-nos já como um loop, como um rastilho que nos leva, de novo, ao início com infinitas possibilidades entre estas duas certezas. Quantas famílias, grupos de amigos, salas de espera, indivíduos conseguiremos representar? Quantas possibilidades é que existem quando, aparentemente, não há nenhuma? Quando tudo parece fechado? Quantas histórias cabem dentro da mesma narrativa? Quantas jogadas se podem fazer antes do xeque-mate?