MARATONA DE DANÇA

MARATONA DE DANÇA

– 11 de junho- 

Domingo , 11 de junho – 16h00

Entrada Gratuita (até ao limite da lotação da sala)
Entrada pela Rua da Alegria, 503.

Quando duas ou mais pessoas se encontram para dançar estabelece-se uma interação face a face, pondo em ação um arquivo social e corporal que vem, por um lado, de uma história coletiva e, por outro lado, das experiências e vivências de cada um(a).

Trata-se de um reportório semelhante de formas de movimento que permitirá que corpos criem uma coreografia que se constitui como memória de um espaço e tempo, bem como um património de ritmos e passos coletivos pertencente a uma biblioteca coreográfica universal.

O Ciclo “Maratona de Dança da ESMAE” revela-se um espaço de experimentação coreográfica tendo como propósito a relação entre a corporeidade e a performatividade do “corpo dançante”. Este ciclo está aberto a “todas as danças” e a “todos os corpos” buscando a forma como se enunciam e tecem discursos sobre a(s) identidade(s).  

Direção artística e programação: Cláudia Marisa  Coreógrafo(a)s convidado(a)s para a temporada de 2023: Helena Magalhães, Mónica Perestrelo, Pedro Carvalho 

A ESMAE estreia o ciclo Maratona de Dança com a intenção de dar oportunidade aos criadores, no âmbito do Mestrado em Interpretação e Direção Artística (futuramente Dança, Composição Coreográfica – em substituição da Pós-graduação em Dança Contemporânea), a possibilidade de se apresentarem no THSC e em outros espaços. Este ciclo terá programação duas/três vezes por ano. A primeira decorrerá no domingo, 11 de junho, pelas 16h00, no Teatro Helena Sá e Costa.

Guarda-Fatos

 “Parece que deixamos de ter pele, pelos e corpo.  Temos roupas. Estas roupas. As roupas que querem que nos identifiquem. (…) A certa altura já não me chamo pelo nome, já sou um número, um tecido, dois tecidos, três tecidos, quatro tecidos…mil tecidos. Ponto atrás de ponto, para que tudo se enquadre na etiqueta. (…) Por isso é esta a pele que me veste e que te visto, aquela que te enquadra. Que te encaixa no mundo. E que te desconcerta. Que te acusa e abusa, que te marca.   

Criação/Direção coreográfica
Helena Magalhães 

Cocriação/Interpretação
Helena Magalhães e Pedro Carvalho

Texto
Helena Magalhães

Música
Ryuichi Sakamoto
Alberto Rafael – Espacio Siete

Desenho de Luz
Bruno Pacheco

Figurinos
Helena Magalhães
Pedro Carvalho

Duração
35 minutos (aprox.)

MALA UTOPIA
povoar corpos e ir adiante

Como pode cada corpo que dança ser um corpo-poesia. 

Cada corpo que dança é um corpo que explora um movimento próprio. É um corpo que encontra no outro corpo a possibilidade de ser ressonância dos movimentos do mundo. São corpos biográficos, que contam uma história, partilham uma experiência artística e, em palco, constroem um objeto dança. Aí, nesse lugar de existir, emocionam-se e conseguem emocionar os outros. São um corpo-poesia. 

 

Criação/Direção coreográfica
Pedro Carvalho

Cocriação/Interpretação
Alexandra Marques
Ana Amélia Gomes
Ana Ferreira
Ana Perera
Ana Raquel Araújo
Angelica Crottini
Carla Pacheco
Ema Guidi
Filomena Moreira
Lucía Pérez
Nita
Pedro Carvalho
Rosário Larangeira

Música
Bobby Krlic
Nils Frahm
Kimmo Pohjonen
Ólafur Arnalds

Desenho de Luz
Bruno Pacheco

Duração
55 minutos (aprox,)

 

Terra do Silêncio

O Vento sopra e elas vêm chegando de todos os lados inundando o palco. O corno chama do alto da montanha. Três cornos. Quatro cordas a chamar. Umas aproximam-se, outras giram em torno do relógio do tempo. Todas sentem o chamamento: somos mulheres. Carregamos os bordões e fazemos uma vénia a nós mesmas. Cumprimentamo-nos e acertamos o passo. Somos deusas da caça, somos bruxas, somos mulheres que se erguem e apontam a espada. Fomos amarradas na cruz, fomos enjauladas como um pássaro sem a sua liberdade. Erguemos os queixos e avançamos até ao público. Os olhos voltam-se para o topo da montanha que queremos chegar. Sem medos, pernas e braços em simultâneo, vamos batendo as asas. Oito passos, oito corpos. Agora em frente, saudamos as mulheres que caminham e caminharam connosco. As avós, as mães, as tias, as amigas. O manusear do cajado prova a nossa força. À meia noite subimos o monte, fazemos uma viagem do presente ao passado. Olhamos para trás, para um outro tempo em que subíamos montanhas com dificuldade, resgatando por fim o ser que lá em cima existe. As pastoras que sobreviveram aos invernos. Aos perigos da natureza. E por elas continuamos a jornada.

 

Criação/Direção coreográfica
Mónica Perestrelo

Interpretação
Ana Gamito
Carla Moutinho
Inês Andrade
Inês Antunes
Leonor Alexandre
Maria Cálix
Mónica Perestrelo
Rita Antunes 

Figurinos
Marlene Rodríguez 

Música
Urze de Lume 

Desenho de Luz
Bruno Pacheco

Apoio
InDance

Duração
55 min