ÓPERA REAL: REPETIÇÃO DO FIM DO MUNDO

ÓPERA REAL

REPETIÇÃO DO FIM DO MUNDO

– 12 de maio – 

Sexta-feira , 12 de maio às 21h30

O espetáculo aguarda classificação etária.

BILHETES : 5€ 

Esta “Ópera Real: Repetição do Fim do Mundo” foi pensada para juntar no mesmo palco estudantes dos cursos de teatro e de música da ESMAE. Dai o enredo melodramático que opõe dois ramos da mesma família, de um lado os Ricci, ou Ricardo, linhagem de cantores, do outro os Enxovia, ou Paupério, clã de atores. Durante 4 atos, com saltos temporais de exatos 111 anos, acompanhamos as mortes e os nascimentos de membros desta grande família e perdemos-nos no labirinto de parentescos e laços de consanguinidade catastróficos do clã desavindo. O teatro é destruído em cada um dos atos: no I ato, em 1755, por um terremoto; no II, em 1866, por um incêndio; no III, em 1977, pela transformação em cinema de filmes pornográficos; e no IV, em 2088, pela transformação em campo de refugiados. Ficamos então a saber que, devido ao incumprimento de um pacto com o diabo, todo e qualquer membro da família que ponha o pé num palco está destinado a causar a destruição do teatro e, à sua escala, a repetir o fim do mundo. Nos três primeiros atos, o libreto tenta brincar com a história comum do teatro, da música e da ópera; no último, com o espaço cénico transformado num campo de refugiados que poderia ser na Ucrânia, na Síria, numa das costas do Canal da Mancha, em Melilla ou em Odemira, as coisas ficam aparentemente mais sérias. Se não acabou já, o mundo vai mesmo acabar já a seguir, as vezes que for preciso.

 

 

A fábula começa no início do Séc. XVIII, quando Baltasar, um dos dois gémeos de Querubim, vendedor de folhetos de cordel na Lisboa de 1755, e Mariana, camareira do teatro de ópera, faz um pacto com o diabo para vir a ter um teatro. Enquanto o diabo esfrega um olho, o gémeo Baltasar, armado em espertalhão de costela saloia, assina em nome do irmão, Belmiro, e com isto troca as voltas ao demo. Belmiro nega a pés juntos ter assinado o pacto mas, por fraternidade, não denuncia o mano Baltasar. Satanás, sem conseguir cobrar a alma quer a um quer a outro, por não saber exatamente qual dos gémeos é qual (de tanto esfregar o olho, vê muito mal, como se sabe), faz uma birra dos demónios e passa a intervir diretamente, toda a vez que um deles pisa o palco, condenando-os a serem nada mais que epílogos e prólogos dos espetáculos que criam. O diabo não os deixará pregar olho até que o gémeo que assinou o contrato, seja ele qual for, ou um dos seus descendentes, revele quem é quem, e assuma e salde a dívida. Azar dos diabos, todos os descendentes se apresentam como gémeos, o que só atrapalha a ação. 

Ato I // Um teatro em ruínas

1755
O terramoto arrasa a Ópera do Tejo. Um dos cantores líricos procura desesperado o seu melhor casaco. Os músicos e cantores chegam para ver tudo arrasado e deparam com um bando de saltimbancos a roubar a roupa que sobra dos guarda-roupas, em especial sapatos, para vender, e as telas dos cenários, para armar as suas tendas. São liderados por uma matriarca, Mariana da Enxovia, visivelmente grávida. O rei, que vinha incógnito para um rendez-vous com a cantora lírica Federica Ricci, fica para avaliar os estragos e promete erguer um novo teatro no mesmo lugar. Entretanto, com o esforço, rebentam as águas de Mariana da Enxovia. Federica, a prima donna, socorre a grávida. São dois gémeos saudáveis. Mas Mariana morre depois do parto. Federica Ricci fica com uma das crianças, e um dos saltimbancos, Donato Paupério, com o outro. 

Ato II // Um teatro em chamas

1866
Na inauguração oficial de um novo teatro de ópera, que leva o nome de Federica Ricci, em homenagem à grande artista do século anterior, estala uma polémica entre republicanos e monárquicos, para grande desgosto de Marianinha, a bisneta de Federica, que, com certo esforço, pois está grávida, mesmo assim fez questão de atuar na cerimónia. Mariano Neto, também descendente de Federica mas por outro ramo, tenta subir ao palanque e ler O Enteado do Diabo, uma peça de teatro escrita pelo bisavô. É quando dão pelo incêndio. O teatro não chega a ser usado. No calor da ação, rebentam as águas a Mariana, que dá à luz trigémeas.

Ato III  // Um cinema decadente?

1977
A revolução trouxe a democracia a Portugal, incluindo ao norte do país, conservador e católico. No cinema São João, toda a família Ricci se junta para assistir à estreia do filme erótico realizado por João Ricci. Lá fora, um grupo de freiras apela ao boicote. A família escandaliza-se ao ver que os mais novos entram no filme como atores e atrizes, e querem impedir a estreia. Logo descobrem que aqueles rapazes e raparigas coincidentemente muito parecidos com eles, não são da família Ricci, mas antes da família Paupério. É então que concluem que todos são primos uns dos outros. A estreia é abençoada pela presença de um tio, frade franciscano, pregador da teologia da libertação e da lei do amor acima de todas as coisas. 

Ato IV // Um teatro bombardeado 

2088
Nas ruínas de um teatro, agora usado para acolher refugiados de guerra, deambulam homens e mulheres. Já lá não estão o casal de palhaços, membros dos Palhaços sem Fronteiras, nem os jornalistas à cata de novidades. Até os Capacetes Azuis abandonaram o local. As mulheres apresentam as suas queixas a um público imaginário. Uma delas, Federica, está tão revoltada que não diz coisa com coisa. A mulher está aparentemente grávida, o que é difícil de crer, dada a idade adiantada que tem. Será uma bomba o que traz no ventre, e a mulher, nesse caso, uma bombista suicida? É mesmo. O rebento dela explode, rebentando com os gémeos originais e até com o próprio diabo, verdadeiro ou falso. Só sobra a memória do teatro. 

Jorge Louraço

Ficha Técnica e Artística 

Direção Artística
António Salgado

Direção Musical
Jan Wierzba

Maestro Assistente
Marco Pereira

Encenação
António Durães

Apoio Dramatúrgico
Jorge Louraço

Direção de Cena e Produção Executiva
Anita Magalhães Faria

Assistência de Direção de Cena
Lara Soares

Design de Luz
João Fontes
Bernardo Correia

Som
Daniel Leitão

Assistência de Som
Jorge Vasconcelos

Cenografia
Helder Maia

Assistente de Cenografia
Carolina Lyra

Video Mapping
Beatriz Nogueira

Animações
Beatriz Paiva

Figurinos
Raquel Ribeiro

Assistente de figurinos
Cristina Gil

Equipa de Camarins
Beatriz Veríssimo
Luar Barbosa
Rafa Alves
Francisca Marinho
Lili Sousa
Rafaela Amen Costa

Correpetidores
David Ferreira
Joana Morant
Marta Nabais

Apoio Técnico
Bruno Pacheco
João Matos
Mónica Melo
Filipa Carolina
Carlos Neves

Coordenação de Produção
António Salgado
Cláudia Marisa

Produção Executiva
Nísia Araújo
Rui Araújo

Materiais de comunicação e divulgação
António Gorgal
Joana Gonçalves

Coordenação Executiva Ensemble Orquestral
Jorge Alves
Nuno Pinto

Direção Vocal
António Salgado
Rui Taveira

Coordenação, área Direção de Cena e Produção
Regina Castro

Coordenação, área de Luz
Diogo Franco

Coordenação da área de som
Marco Conceição

Coordenação dos Media Interativos
Luís Leite
Rodrigo Carvalho
Hugo Mesquita

Coordenação de Figurinos
Manuela Bronze

Libreto Jorge Louraço

Música

I ATO Telmo Marques
II ATO Eugénio Amorim
III ATO Carlos Azevedo
IV ATO Dimitris Andrikopoulos

Elenco

Ana Rosa
Bárbara Xavier Quintais
Beatriz Ramos
Beatriz Patrocínio
Catarina Santos
Cliff Pereira
Erick Valverde
Gustavo Gil Godinho
Henrique Lencastre
Isabel Gundana
Joana Santos
Júlia Anjos
Lioba Vergely
Maria Duarte
Maria João Gomes
Miguel Soares
Rita Gama
André Fernandes

Ensemble Orquestral da ESMAE – Ópera Real

Violino I
Pedro Rebelo

Violino II
Hugo Oliveira

Viola
Francisca Bonacho

Violoncelo
Raquel Mota

Contrabaixo
Gil Pereira Morais

Flauta
Ana Sofia Machado

Oboé
Ana Beatriz Martins

Clarinete
Mariolys Rivas Garcia

Fagote
João Gigante

Trompa
Laura Maria Henriques Ferreira

Trompete
Pedro Tafulo da Costa

Trombone
Tomás Cunha Gomes

Percussão
João M. Quinhentas
Sofia Carvalho Costa
Pedro Ferreira Castro

Piano
Joana Morant
Marta Nabais

Uma Produção da ESMAE e do Estúdio de Ópera da ESMAE

Agradecimentos | Apoios
Suave Clima, Lda
ESMAD
Helena Alves