Eras capaz de matar alguém? 

Existe uma tirana, ou um tirano dentro de ti? 

Qual é a tua relação com a violência e com o tempo? 

E se existissem umas criaturas que vivessem fora do tempo, em todos os tempos e em nenhum? 

E se essas criaturas fossem as nossas guias numa viagem através do tempo? 

E se Macbeth, a tragédia de William Shakespeare, escrita há 400 anos, ainda falasse para nós? O que nos diria? Que interrogações nos colocaria? 

E se a nossa Macbeth fosse uma viagem no tempo, um convite para entrar numa cápsula, para mergulhamos num caldeirão de emoções, tentações, interrogações, sobre nós próprias? 

E se Macbeth não fosse homem, nem mulher, mas uma metáfora para o potencial que existe em cada uma, cada um de nós para a ambição, para a violência, para perdemos de vista o nosso lugar no universo? 

E se essa Macbeth existisse não só no tempo de Shakespeare, não só no nosso tempo, mas em vários tempos, em todos os tempos? 

E se não julgássemos Macbeth, mas procurássemos entender como é possível um ser humano como nós agir assim? 

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Essas foram algumas das interrogações que serviram de ponto de partida para um processo de criação que juntou uma vasta equipa de alunas e alunos de cenografia, direção de cena, figurinos, interpretação, luz, som, produção, de professoras, professores, encenador e a equipa do Teatro Helena Sá e Costa. 

Cozinhamos com prazer esta nossa versão de Macbeth na esperança de que o nosso público possa agora partilhar connosco o prazer e o gosto da interrogação. 

Graeme Pulleyn